terça-feira, 2 de junho de 2015

Falar duas línguas pode atrasar os danos causados pelo Alzheimer

Pela primeira vez, um estudo sobre os benefícios de falar uma segunda língua comprova que o aprendizado pode retardar o aparecimento de três tipos diferentes de demência, independente do grau de escolaridade dos idosos. A pesquisa foi feita no Nizam’s Institute of Medical Sciences, em Hyderabad, India, e publicada no site Neurology. O estudo avaliou 648 idosos com diversos tipos de demência e diferentes graus de escolaridade, e levou os pesquisadores a concluírem que os participantes que falavam uma segunda língua foram capazes de atrasar o aparecimento da Doença de Alzheimer, Demência Vascular e Demência frontotemporal em 4,5 anos – em comparação com os pacientes que falavam apenas uma língua.

Os idosos avaliados tinham em média 66 anos e 14% deles eram analfabetos. Dentre os 648 participantes do estudo, 60% falavam duas ou mais línguas. Em todos as avaliações, 240 foram diagnosticados com Alzheimer, 189 com demência vascular e 119 com demência frontotemporal. Após a avaliação do estudo, os pesquisadores concluíram que os participantes bilíngues atrasaram certos tipos de demência em uma média de 4,5 anos. Nenhum benefício a mais foi encontrado naqueles que falavam mais de duas línguas. Escolaridade, gênero e profissão não demonstraram benefícios adicionais.

Apesar de ser desconhecido o motivo exato de pessoas bilíngues apresentarem este tipo de atraso, falar duas línguas requer treinamento de uma parte específica do cérebro, transformando esse exercício em um treino cerebral bem sucedido. Dessa forma, a prática de um segundo idioma, além de ativar o seu cérebro, contribui para as reservas cognitivas, resultando no atraso da demência. A parte do cérebro ligada a estas ações pode ser a chave para descobrir o motivo do benefício.

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